História
Nos finais do século XVII, no local onde hoje é a Casa de Infância de Santo António, existia uma quinta de que era proprietário António da Silveira Linhares Peixoto, que nela mandou construir uma ermida de invocação a Santo António. Por escritura feita em 1710, pouco antes da sua morte, doou toda essa propriedade aos frades capuchos da Ordem de S. Francisco, para que nela edificassem um convento, que foi autorizado por carta régia de 1717, onde se estipulava que não poderia ter mais que sete religiosos.
Ao longo de pouco mais de cem anos de atividade esta comunidade foi a que menos se evidenciou no contexto dos conventos faialenses, contando com doze pessoas em 1820 (entre professos, pupilos e fâmulos) e apenas dois monges e um criado quando foi encerrado pelo liberalismo, em 1833.
Nesse contexto, em 1832, serviu como hospital militar.
No ano seguinte, quando os frades saíram, o edifício foi cedido à Santa Casa da Misericórdia, que nele instalou provisoriamente o seu hospital, até 1835, ano em que foi ordenada a sua demolição e a igreja foi completamente despojada dos seus altares, imagens e mobiliário.
No entanto, pouco depois, o Governo Civil do Distrito da Horta decidiu salvaguardar o edifício, para o qual nomeou uma comissão e recolheu donativos, ficando novamente recomposto em 1846.
Anos depois, o Governador Civil António José Vieira Santa Rita intercedeu junto do Ministério do Reino para que o cedesse para o Asilo da Infância Desvalida, instituição então em formação, que dele tomou posse por Portaria de 28 de Julho de 1857.
Depois de numerosas doações, incluindo do futuro rei, então Infante D. Luís, em 1858, a 28 de Dezembro desse ano foi fundado definitivamente, com o nome de “Asilo da Infância Desvalida do Infante D. Henrique”, com estatutos aprovados a 27 de Dezembro de 1875, por uma comissão presidida por um dos seus fundadores e grande benemérito, o Padre João Pedro de Ávila.
Aquando da sua fundação contava com seis internas e em 1941 com quarenta e duas.
Com o sismo de 31 de Agosto de 1926 o conjunto ficou em ruínas, tendo sido reconstruído cerca de dois anos depois, embora a igreja, da qual pouco mais ficou que a fachada, tenha sido demolida apenas algum tempo depois.
Em 1932 o serviço interno foi entregue às Irmãs Hospitaleiras Franciscanas Portuguesas, que lá permaneceram durante mais de setenta anos.
A atual Capela de Santo António foi benzida em 1964.
Após o sismo de 1998, mais uma vez, todo o complexo foi reconstruído, e as construções dos anos 20 foram substituídas pelos edifícios actuais.
Do convento original já nada resta, mas num dos portões ainda persiste um pequeno sino que se diz ser do tempo dos frades, do século XVIII ou XIX.
Atualmente, a Casa de Infância de Sto. António é constituída por várias valências de apoio à sociedade Faialense. Creche, Jardim de Infância e Escola Básica (Privada), conhecida também por Colégio. Continua com a missão que lhe deu a sua razão de existência, o Lar, em regime de internato, com duas casas, uma mista de crianças até aos 12 anos e uma de jovens feminina até aos 18 anos de idade.